Apresentação

APRESENTAÇÃO

      Em julho de 2005, no XXIII Simpósio Nacional da ANPUH, realizado em Londrina, durante o simpósio temático intitulado O marxismo e a questão da determinação na história, foi formado o GT História e Marxismo. Neste simpósio foram apresentados 27 trabalhos em 7 mesas redondas, com uma significativa participação, tornando este simpósio o maior em afluência de público. Contudo, o saldo mais positivo do evento foi o encontro de diferentes pesquisadores e a identificação de pressupostos teóricos e questões em seus trabalhos.

      Em 2007, em São Leopoldo, no XXIV Simpósio Nacional de História, apresentamos o simpósio temático organizado pelo GT História e Marxismo Marxismo e multidisciplinaridade: o desafio da totalidade. Ciência, trabalho, cultura e poder, foram apresentados 42 trabalhos reunidos em 06 mesas redondas a partir de seu referencial teórico-metodológico e cronológico, com cerca de 50 a 60 participantes em média. O simpósio, mais uma vez, foi pleno de êxito, seja pela altíssima qualidade das apresentações, seja pelo número de estudantes e professores presentes, seja pelo fôlego das pesquisas e do debate acadêmico.

     NO XXV Simpósio Nacional de História, realizado em 2009 na cidade de Fortaleza, o GT apresentou o simpósio temático Marxismo e Ética em Tempo de Crise: Contradições e Revoluções, com 42 trabalhos, cerca de 60 participantes em média e altíssima qualidade das apresentações e debates. 

     Em 2011, no XXV Simpósio Nacional de História e celebração do cinquentenário da ANPUH, realizado em São Paulo, o GT organizou o simpósio temático História e Luta de Classes: imperialismo e hegemonia, crítica e conflito social. Foram 47 trabalho apresentados e uma elevada frequência de público, com cerca de 60 pessoas em média. 

      No XXVII Congresso da Associação Nacional dos Historiadores- ANPUH, ocorrido em Natal -RN entre 21 e 26/07/2013 o GT apresentou o Simpósio Marxismo, Conhecimento Histórico e Realidade Social é proposto pelo Grupo de Trabalho História e Marxismo com o objetivo de propiciar um espaço de diálogo entre análises históricas, perspectivas teóricas e abordagens metodológicas que tenham como referência a dialética e  o materialismo histórico procurando, ao mesmo tempo, contribuir para ampliar o alcance dos  objetos e campos de análise histórica. Apesar de nos relatarem muitas ausências em diversos Simpósios Temáticos, o nosso ST contou com presença constante e numerosa todos os dias de apresentação de trabalhos. Tivemos 33 inscritos , e também tivemos algumas ausências, em grande parte justificadas, como as de Eurelino Coelho e Carla Silva, que integram a coordenação coletiva, que não puderam se deslocar para Natal.

       A coordenação, até o dia 25/7, ficou a cargo de Gelsom Rozentino de Almeida (UERJ), e de Virgínia Fontes e Gilberto Calil, no dia 26/7/2013. Tivemos 06 apresentações na tarde de 23/7, 06 apresentações na tarde de 24/7 e 13 apresentações (incluindo a de Virgínia Fontes, não prevista no horário) ao longo do dia de 26/7 (sexta-feira). Conseguimos abrir espaço para debater – ainda que rapidamente – as grandes mobilizações das jornadas de junho de 2013, o que resultou numa rica experiência.

       A avaliação geral do ST entre os participantes foi excelente, com enorme variedade de temas e apresentações seguras e maduras, gerando possibilidade de boa interlocução. Tivemos temas da área de saúde, artes, política, sociedade, cultura, etc. No última dia, expusemos aos participantes do ST (tivemos em torno de 30 pessoas presentes permanentemente) alguns pontos do encontro do GT e todos aprovaram a proposta da realização de Encontro Nacional do GT, inclusive disponibilizando-se para auxiliar sua implementação.

       A qualidade tradicional dos nossos debates ficou prejudicada pelo tempo menor atribuído aos ST pela Anpuh, o que significou mais gente para cada sessão e menor possibilidade de discussões mais longas. Ficamos portanto de elaborar nota à Anpuh solicitando maior tempo para os Sts. Além disso, foi unânime o repúdio à ANPUH de criar mesa sobre Movimentos Sociais e convidar apenas docentes, muitos com escassa participação em movimentos sociais, quando deveria ter convidado representantes legítimos dos mais significativos movimentos sociais contemporâneos no Brasil, especialmente num período no qual vivemos enormes manifestações populares.

       O GT História e Marxismo participou ainda da ANPUH em 2015 com um Simpósio Temático dividido em dois blocos, para contemplar o grande número de inscritos que priorizavam o nosso simpósio. Com o tema MARXISMO E HISTÓRIA: LUGARES TEMÁTICOS, DESAFIOS TEÓRICOS o Simpósio propôs um espaço de intercâmbio crítico entre pesquisadores cujas investigações incorporam e desenvolvem questões teórico-metodológicas formuladas a partir da perspectiva marxista ou em diálogo com ela. A intenção é reunir e debater experiências de pesquisa que compartilham problemáticas marxistas que, no entanto, são desdobradas num universo temático amplo. Como em edições anteriores, propomos um ambiente de diálogo envolvendo estudiosos de fenômenos diversos: as diferentes modalidades de dominação (coercitivas e consensuais) e resistência, experiências organizativas e práticas culturais de grupos sociais dominantes e subalternos, formas de exploração do trabalho e de apropriação da riqueza, produção intelectual e teórica. As pesquisas desenvolvidas pelos membros do GT abordam temas como partidos políticos, imprensa, intelectuais, ditadura, luta armada ou as formas do capitalismo, mas o simpósio alarga deliberadamente o escopo. Ao acolher estudos marxistas provenientes de diferentes lugares temáticos, o simpósio faz com que emerjam, como desafios, problemas teóricos e metodológicos que não costumam ser privilegiados em outros espaços acadêmicos. A concepção materialista e dialética segundo a qual os sujeitos humanos fazem a história, mas não em condições escolhidas ou controladas por eles, impõe ao conhecimento da história a tarefa de pesquisar simultaneamente a atividade humana e as condições em que ela se dá, articulando na análise as dimensões subjetiva e objetiva. A concepção carrega o método consigo. Não se trata de antecipar respostas e sim, ao contrário, de formular perguntas cruciais para a compreensão da experiência humana no tempo, com toda a sua diversidade. Deriva daí a centralidade do conceito de luta de classes, que vincula as formas da história e seu movimento às condições fundamentais de produção e reprodução da vida social. Em todos os lugares daquela experiência humana no tempo é pertinente interrogar sobre os nexos entre os acontecimentos históricos singulares, que o historiador toma como seus objetos, e o conjunto de relações sociais que produzem o terreno histórico sobre o qual os fatos se dão. Como observacão complementar valeria mencionar que algumas questões/ temas parecem ser transversais em nossos debates no ST: 1. A questão democrática – o termo e o tema aparecem em inúmeras apresentações (quase todas), embora de forma diversificada, uns para demonstrar a escassez da democracia (no Brasil e no mundo), outros para denunciar sua inexistência, outros para debater sua categorização. Parece-nos que necessitamos ainda de muitas elaborações sobre essa questão;


2. Em torno de transnacionalização – diversas comunicações abordam formas de dominação (por exemplo, Igreja, ou Trilateral) e/ou de luta que extrapolam as fronteiras nacionais. O tema também sugere uma reflexão de todo o GT de maneira a consolidar uma abordagem conceitual mínima.

     Cabe ressaltar que, em todos os simpósios nacionais realizamos assembléias do GT História e Marxismo, com significativa participação de membros de todo o país.  E que, do mesmo modo, em todos os simpósios estivemos presentes e apresentamos nosso relatório nas assembléias nacionais da ANPUH. A sua formalização como GT da ANPUH ocorreu na plenária da própria ANPUH, na UNISINOS, em São Leopoldo (RS), em 2007.

    Participamos regularmente, com programação própria, em vários encontros regionais da ANPUH desde nossa criação em 2005. Ou seja, desde 12006 buscamos cumprir todas as exigências formais, organizando simpósios temáticos nos encontros regionais de Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás, bem como em 2008 e 2010. Nestes eventos contamos com a participação de professores/pesquisadores de vários estados (sobretudo Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais), de modo que o GT História e Marxismo vem se consolidando como um espaço de intercâmbio e diálogo profícuo. 

     Organizamos, além dos simpósios da ANPUH, o I Encontro do Grupo de Trabalho História e Marxismo, realizado em junho de 2007 na Faculdade de Formação de Professores da UERJ, que contou com cerca de 300 participantes, resultou da vontade de promover a reflexão crítica, plural e democrática desses pesquisadores, professores, alunos da graduação e da pós-graduação. A programação do encontro contou com duas conferências – a de abertura por Ricardo Salles, “Marxismo e historiografia recente da escravidão brasileira”, e a de encerramento por Virgínia Fontes, “Marxismo e Imperialismo” e apresentação de 20 trabalhos e três mesas redondas, com apresentação densa e qualificada de pesquisas e intensos e profícuos debates.

      Os integrantes do GT vêm editando a Revista História e Luta de Classes, de distribuição nacional e publicada regularmente desde 2005, estando atualmente em seu 23° número. 

      Os trabalhos aqui publicados foram apresentados  nas cinco mesas de comunicações coordenadas ocorridas no I Seminário Nacional do GT História e Marxismo.

     Para alguns setores de nossa sociedade, bem como do próprio meio acadêmico, um grupo de trabalho de historiadores e outros pesquisadores da área de História e de outras ciências sociais que tem como base diferentes perspectivas do marxismo, pode parecer algo extemporâneo. Afinal, para muitos o socialismo morreu, o marxismo morreu, e todos viveriam felizes na eternidade capitalista. Todavia, apesar do milésimo sepultamento, o marxismo permanece como um referencial teórico, conceitual e metodológico insubstituível para análise crítica da realidade do mundo em que vivemos, bem como para a compreensão da totalidade histórica. 

      Os trabalhos aqui publicados foram apresentados  nas cinco mesas de comunicações coordenadas ocorridas no I Seminário Nacional do GT História e Marxismo e refletem a variedade de temas e problemas que a reflexão marxista suscita entre os historiadores atualmente.

Coordenação Nacional do GT “História e Marxismo”